*Por Marcelo Chaves
O Dia Mundial do Meio Ambiente foi criado em 1972 e surgiu com o objetivo de promover uma conscientização global sobre o tema, proporcionando formação e incentivando atitudes ambientais importantes para o futuro do planeta.
Nesses 44 anos, desde a criação da data, muitos foram os avanços e as contribuições em prol da natureza, mas ainda há um longo caminho a ser percorrido. Uma questão que ultrapassa o ponto de vista apenas preservacionista, pois precisa ser entendida também como algo necessário para as presentes e futuras gerações.
O Papa Francisco, um apaixonado pela Obra da Criação, lançou em 2015 a sua Encíclica “Louvado Seja”, que nos convida a um diálogo acerca do que ele chama de “nossa Casa Comum”. O documento apresenta a temática ambiental considerando inseparáveis a preocupação com a natureza que nos abraça, a prática da justiça para com os mais necessitados, o empenho particular de cada um na sociedade e a busca da paz interior.
O Papa Emérito, Bento XVI, também voltou seu olhar para essa questão e propôs “reconhecer que o ambiente natural está cheio de chagas causadas pelo nosso comportamento irresponsável, uma cultura que molda a convivência humana, e por consequência, o próprio ambiente social também vive suas chagas.”
Neste ano, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou a Campanha da Fraternidade Ecumênica, com o tema: “Casa Comum, nossa responsabilidade” e o lema: “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” (Am 5,24). A partir desta temática, conclamou a população a assumir o desafio de proteger essa Casa Comum e a se unir por um desenvolvimento sustentável e integral.
As propostas da Encíclica e da Campanha da Fraternidade apontam para uma ecologia integral, que apresente o lugar específico que o ser humano ocupa no mundo, bem como suas relações com a realidade que o cerca assumindo a responsabilidade com essa Casa Comum.
É necessário entender que o meio ambiente é um bem coletivo, patrimônio de toda a humanidade e responsabilidade de todos. Significado que nos permite olhar de maneira diferente o que está ao nosso redor, e ser solidários com o próximo.
Hoje, na perspectiva ambiental, o planeta é uma grande herança que deve ser passada de geração para geração, e cujos frutos devem beneficiar a todos.
É necessário voltar a sentir que precisamos uns dos outros, que somos responsáveis pelo bem-estar do outro.
O Meio Ambiente é a expressão de um desígnio de amor e de verdade que nos chama a uma vocação autêntica, enraizada na liberdade responsável de gerir, guardar e cultivar todo esse patrimônio que não tem idioma, nem nacionalidade, e que é sem fronteiras.
* Marcelo Chaves é missionário da Comunidade Canção Nova, jornalista e apresentador do Programa Preservação Ambiental, na TV Canção Nova.