O perfil do homem moderno

* Por Sandro Arquejada

 

Muitas mudanças ocorridas nos dois últimos séculos moldaram o comportamento atual de homens e mulheres. Apesar disso, ao menos no Brasil, até as décadas de 1950 e 1960, o homem ainda era apenas o provedor do lar. Isto bastava!

 

Foi nas décadas de 1970 e 1980 que o ser masculino começou, efetivamente, a dividir com a mulher o espaço empresarial e os trabalhos domésticos.

 

Já a década de 1990 exigiu relações mais complexas, com as quais o homem não estava acostumado. Percepção, sensibilidade, diálogo e cumplicidade, são palavras de ordem.

 

No início do século XXI, o perfil do homem moderno passa a ser de alguém muito mais vaidoso, flexível (aberto a mudanças) e polivalente.

 

É claro, que nem todos os rapazes chegaram a esses patamares, mas a grande maioria está sim a caminho.

 

E quais são os desafios do ser masculino neste novo milênio? Qual a identidade desse novo homem que está surgindo? Para descobrirmos isso, é necessário ir à essência da masculinidade. A imagem e os afazeres mudam, mas o que está na natureza do ser, nunca. Desde criança, as brincadeiras entre meninos são de iniciação e competição. Competição todos sabemos o que é. A iniciação é quando o menino é inserido em alguma realidade nova, em trabalhos manuais. Elas servem como um rito de passagem. Por exemplo, quando o pai confia ao garoto uma responsabilidade, ele conquista o primeiro emprego ou se declara a primeira moça por quem se apaixona. São situações em que o homem é confrontado consigo mesmo, em sua capacidade de gerenciar bem a própria vida, e fazer o melhor para os outros.

 

E isso tudo nos aponta para algumas características:

 

Provedor

Na iniciação, quando o menino é colocado para desenvolver habilidades, ele aprende um ofício, que adiante poderá ser seu sustento e o tornará provedor.

Mais adiante, esse homem quererá prover em âmbito material, mas também intelectual, sendo solícito e estimulando os seus para atingirem a plenitude do que podem ser.

 

Iniciativa

Para o homem, as responsabilidades dão a gana pela iniciativa, sente-se bem estando à frente ou em amparar os seus, quando estes estiverem à frente.

 

Guardião

Meninos desafiam uns aos outros. As competições (quem é mais forte) os formarão em segurança e força interior.

 

Educador

Homens têm uma grande facilidade de ensinar através de atividades. É brincando com os filhos que eles ensinam valores.

 

Ainda há a paternidade, o desejo de ser pai. Na verdade, o homem não quer dar coisas a seus filhos. Ele deseja que seus pequenos sejam uma extensão dele, pessoas melhores que ele, bem sucedidas profissionalmente e afetivamente. Então, “não dê o peixe, ensine-os a pescar!”. E para isso, a experiência de vida é tudo que o pai precisa passar para seus rebentos. Dê de si mesmo, brinque mais, esteja mais tempo com eles.

 

As mudanças fizeram bem ao homem e à sociedade, mas é na essência que o ser masculino encontrará seu lugar. O novo homem é mais atento, sensível, mas, sem deixar de ser provedor, de tomar a iniciativa, ser guardião, educador e pai.

 

* Sandro Arquejada é missionário da Comunidade Canção Nova, formado em administração de empresas e autor dos livros “Maria, humana como nós”,“As Cinco Fases do Namoro” e “Terço dos homens e a grande missão masculina”, pela Editora Canção Nova.