As dores do corpo de Jesus que o deixaram desfigurado são quase nada diante da dor de Sua alma. No alto da cruz, depois daquelas três horas de sofrimento, vendo os próprios sacerdotes que estavam ali ao pé da cruz, desafiando debochando dele, Jesus se volta para o Pai e diz: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” Além da dor física, a dor da alma se abateu sobre Ele como uma escuridão. Ele perdeu completamente a visão, não viu mais nada, nem a presença do Pai.
Mas na extrema obediência, mesmo não vendo, e sentindo o abandono do próprio Pai, Jesus assim mesmo é fiel. “Pai, em tuas mãos entrego meu espírito”. A última palavra de Jesus é de fidelidade. Mesmo não sentindo mais nada, Ele foi fiel. Veja aí, o último gesto do Filho de Deus na sua vida terrena, humana: é um ato de obediência, de extrema fidelidade. Há teólogos que dizem que Jesus sentiu-se totalmente desamparado no alto da cruz, a ponto de clamar “por que me abandonaste?” Ele sentiu a mesma coisa que os condenados sentem no inferno, porque ali há o abandono total de Deus.
E foi o sangue de Cristo derramado na cruz que nos salvou. Mas nós temos cometido uma loucura em permitir que aquilo que foi extraditado no inferno, o pecado, entre na nossa vida. Quando pecamos, estamos aceitando o risco, o máximo perigo de nos perdermos eternamente.
Mas graças a Deus, o sangue de Cristo está entre nós. Aí está a libertação desse extremo perigo que é a nossa perdição e condenação eterna. Somos salvos graças às Suas chagas, obediência, fidelidade. E queremos responder também com extrema fidelidade!
Seu irmão, Monsenhor Jonas Abib,
Fundador da Comunidade Canção Nova, presidente da Fundação João Paulo II, mantenedora do Sistema Canção Nova de Comunicação, em Cachoeira Paulista (SP) e reitor do Santuário do Pai das Misericórdias. É um dos religiosos que mais se destacou utilizando os meios de comunicação na ação evangelizadora da Igreja Católica, na América Latina. Autor de 57 livros, CDs e DVDs, além de várias palestras em áudio e vídeo.