*Marcelo Chaves
A Semana Mundial do Meio Ambiente tem como objetivo principal promover a conscientização da população sobre os temas ambientais, principalmente, aqueles que dizem respeito à preservação e conservação da natureza, trabalhando a educação ambiental na formação das pessoas e promovendo atitudes fundamentais para a subsistência da espécie humana no planeta.
Essa é uma questão que precisa ser compreendida também como algo necessário para as presentes e futuras gerações, quando entendemos todo esse santuário a céu aberto como ambiente de vida.
Nesse contexto, Papa Francisco lançou em 2015 a sua Encíclica “Louvado Sejas”, que nos convida a um diálogo acerca da natureza que nos abraça. O papa aponta para uma ecologia integral que apresenta o lugar específico que o ser humano ocupa no mundo e as suas relações com a natureza que o cerca, sendo de fundamental importância que assuma a responsabilidade com a Casa Comum e, ao mesmo tempo, esteja pronto para uma mudança profunda nos estilos de vida e nos valores que regem nossa sociedade.
Os tempos atuais nos convidam a entender que o meio ambiente é um bem coletivo, patrimônio de toda a humanidade e responsabilidade de todos. Significado que nos permite olhar de maneira diferente o meio ambiente que nos cerca, e encontrar ali relações de solidariedade para com o próximo.
Quando preservamos nossas florestas, não poluímos nossos rios e mares e respeitamos a fauna e flora dos ambientes, nos tornamos co-participantes da criação e damos continuidade a manifestação do amor de Deus revelado a nós através da natureza.
Um comprometimento que se torna universal, a partir do momento que as atitudes em prol da natureza, por mais simples que sejam, são capazes de fortalecer vínculos com a humanidade inteira.
Hoje, na perspectiva ambiental, o planeta é uma grande herança que deve ser passada de geração em geração, cujos frutos devem beneficiar a todos. Toda abordagem ecológica deve integrar uma perspectiva social.
É válido ressaltar que não podemos cair em ideologias que consideram a natureza um tabu intocável ou que só a vejam como fonte de recursos, que se permite abusar dela. A Igreja nos ensina que nem uma nem outra destas atitudes correspondem à visão cristã sobre o meio ambiente, fruto da criação como dom de Deus aos seus filhos.
Mais do que nunca, o diálogo e as atitudes são ferramentas para disseminação da informação como parte de um processo educativo mais amplo, a fim de agregar valores que podem fazer a diferença num futuro não muito distante. De modo que, no tempo presente, leve ao dever de cuidar e zelar por este ambiente de vida pensando sempre nas gerações que ainda virão.
O Meio Ambiente é a expressão de um desígnio de amor e de verdade que nos chama a uma vocação autêntica enraizada na liberdade responsável de gerir, guardar e cultivar todo esse patrimônio que não tem idioma, nacionalidade, e é capaz de superar qualquer fronteira.
Eu e você somos convidados a viver essa linda experiência, seja ela do ponto de vista preservacionista, repensando nossas maneiras e atitudes de contribuir com o meio ambiente, mas também como patrimônio natural, algo necessário às gerações de hoje e de amanhã, manifestação clara do amor, bondade e carinho de Deus pela humanidade.
* Marcelo Chaves é missionário da Comunidade Canção Nova, jornalista e apresentador do Programa Preservação Ambiental, na TV Canção Nova