O processo de aprendizagem é muito complexo, um processo contínuo, que traz consigo vários aspectos que interferem diretamente no desenvolvimento da pessoa. A aprendizagem é definida como um processo de aquisição ou modificação de conhecimentos, competências, habilidades e comportamentos adquiridos que são construídos ao longo de toda nossa vida. No entanto, é na infância que a aprendizagem recebe grande destaque, pois é nessa fase que nossas percepções começam a ser formuladas dentro do ambiente familiar, escolar e social.
Para Piaget, por exemplo, a aprendizagem é um processo que só tem sentido diante de situações de mudança, por isso estudou o desenvolvimento cognitivo das crianças com base em uma teoria que chamou de construtivista. Na sua concepção, o desenvolvimento cognitivo concentra-se na maneira como elas vão se desenvolvendo a partir da aquisição dos novos conhecimentos.
Várias são as teorias que indicam o conceito e o funcionamento da aprendizagem, mas, de forma geral, todas abordam três áreas fundamentais: cognitiva, afetiva e psicomotora.
A área cognitiva trata do conjunto de habilidades mentais necessárias para a construção do conhecimento como memória, linguagem, pensamento e raciocínio. A afetiva mostra que a assimilação de conteúdo acontece através das experiências e interações que a pessoa tem com o objeto de estudo e o seu intermediário. Já a psicomotora envolve as respostas musculares obtidas através da linguagem corporal.
A aprendizagem passa por cinco etapas: Compreensão, quando somos expostos ao conhecimento; retenção, quando fixamos a informação; prática, quando o conhecimento vai se solidificando e os hábitos de estudo vão sendo reforçados; disseminação, quando transmitimos o conhecimento assimilado e criação, quando geramos novos conhecimentos a partir do conhecimento inicial, sendo este o topo do processo de aprendizagem.
Considerando tais apontamentos, podemos afirmar que o processo de aprendizagem precisa ser integral e significativo, ou seja, não podemos nos prender apenas na transmissão de informação, mas considerar a realidade de cada aluno diante do sistema educacional, sua realidade psicossocial e oferecer o suporte necessário para seu desenvolvimento individual.
Para isso, temos a psicopedagogia que é o campo do saber que resulta da junção da psicologia e da pedagogia, tendo como objetivo favorecer o processo “ensino aprendizagem”, através dos pontos essenciais para o desenvolvimento integral do aluno de forma subjetiva. Ou seja, oferecendo o suporte necessário para o educando, para a família e para instituição, considerando os fatores cognitivos, sociais e emocionais.
A partir desses fatores e do impacto que os mesmos podem acarretar para o desenvolvimento do aluno no ambiente escolar, a psicopedagogia surge como uma ferramenta que busca estimular e identificar as possíveis causas que impedem o desempenho na retenção de informação e na realização e/ou conclusão das atividades escolares, para que desta forma o suporte necessário seja oferecido ao educando dentro e fora do ambiente escolar. Sempre visando que o mesmo tenha uma aprendizagem significativa e de qualidade, pois a dificuldade de aprendizagem não o limita ao não aprender, mas a aprender de uma forma diferente, de acordo com as particularidades de cada aluno.
*Aline Tayná de Carvalho Barbosa Rodrigues é Psicóloga Escolar no Instituto Canção Nova, em Cachoeira Paulista (SP)