Dom Bosco foi um santo homem de Deus, apaixonado por Jesus Cristo! E, por isso, quis amar e evangelizar, sobretudo a juventude. Nascido em Castelnuovo d’Asti, cidade próxima a Turim, na Itália, João Bosco ficou órfão de pai aos dois anos de idade e recebeu os cuidados de sua mãe Margarida.
Muito cedo, manifestou a vontade de ser padre, mas sua mãe logo o alertou para que não fosse sacerdote apenas dos ricos, e talvez, esse tenha sido um norte para João Bosco preocupar-se com os pequeninos do Senhor.
Ele também é conhecido pelos vários sonhos proféticos que teve. O primeiro foi quando ainda era criança: ele sonhou com alguns jovens violentos e interveio de maneira violenta. Nossa Senhora lhe apareceu dizendo que não era pela violência, mas por meio da mansidão que ajudaria àqueles jovens. Foi mesmo um sonho profético, pois ele evangelizou com grande paciência, principalmente a juventude. Por isso, não foi à toa que um dos lemas de São João Bosco era: “basta que sejais jovens para que eu vos ame”.
Não há como negar que esse carisma de evangelizar e cuidar da juventude seja algo muito atual e necessário. Quantos jovens, em pleno terceiro milênio, perdem-se por falta de ocupação ou por ter muitas ocupações! Mesmo com tantos avanços tecnológicos e científicos, uma parte de nossa juventude parece estar retrocedendo e, em busca de liberdade, acaba se prendendo aos laços do egoísmo e do prazer pelo prazer.
Dom Bosco é um sinal de que precisamos, ainda hoje, fazer algo para os jovens. Além de ocupar suas vidas, instruir, educar e oferecer oportunidades, é preciso “doar-se” a essa juventude. Dom Bosco “doava-se”, “perdia” tempo em atender, aconselhar, estar ao lado e acompanhar.
Não se deve apenas dizer o que fazer, mas ensinar como se faz, envolver-se. Dom Bosco tentou imitar nosso Senhor Jesus Cristo, que estava com os pobres, com os necessitados, rebaixava-se e ia às casas dos pecadores e marginalizados da sociedade.
Jesus sentia compaixão das multidões que o seguiam. Assim, Dom Bosco procurou uma profunda convivência com os jovens e sentiu compaixão deles. Tratava-se exatamente de um “envolver-se” com aquele que não tinha com quem contar, compadecer-se sem querer tirar proveito ou vantagem, mas para levantar o outro e conduzi-lo para o Céu, para o amor de Jesus Cristo.
Por mais difícil que seja lidar com os jovens, seja por receio ou falta de didática, precisamos parar para escutá-los, dar-lhes atenção, sonhar os seus sonhos. Eles não são apenas o futuro, eles já são o presente, presente no duplo sentido. Presente porque são uma bênção de Deus para nós, bênção porque são alegres, são entusiasmados, são ousados, são esperançosos… São uma bênção de Deus, um presente que nos dá vida. Depois são o presente, porque com tantas virtudes, mexem conosco, com nossas estruturas paradas pelo medo de avançar, presente que nos faz sonhar novamente, presente que nos faz ter esperança e continuar a avançar com fé, presente que nos faz lutar por um mundo melhor.
Viva a juventude de Dom Bosco!
* Padre Marcio Prado é sacerdote da Comunidade Canção Nova e autor dos livros “Entender e viver o Ano da Misericórdia” e “Via-sacra do Santuário do Pai das Misericórdias”, pela editora Canção Nova.
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