Ano da Fé traz sinais de esperança - por padre Fernando Santamaria

Na proximidade do encerramento do Ano da fé, convêm recorrermos aos «sinais dos tempos» para assinalarmos alguns sinais de esperança. Mas como compreendermos os «sinais dos tempos» sem o confundirmos com a temática dos finais dos tempos, que é também pertinente, mas não o objetivo desta partilha e balanço?

Um dos «sinais dos tempos» que já entrou para a história foi a renúncia de Bento XVI, como fruto da docilidade ao Espírito Santo, humildade e discernimento profundo, além do desapego a um poder que sempre foi entendido e exercido como serviço. Serviço maior prestam os homens e mulheres de Deus quando não renunciam a própria consciência e tudo realizam para a glória de Deus, o amor à Igreja e o bem dos irmãos e irmãs.

Também a eleição do primeiro Papa Latino-americano, Papa Francisco! Só a escolha do nome Francisco já assinalou um forte sinal, e sabemos que não parou por aí. A fecundidade deste Papa simples, profundo, pobre, obediente e “ousadamente imprevisível”, sinaliza um novo tempo, as janelas do Vaticano e do Mundo se abrem para um novo sopro do Espírito Santo!

Não há «sinais dos tempos» sem a ação do Espírito Santo e a cooperação humana. Durante este Ano conhecemos pelas mãos de dois Papas: a Encíclica Lumem Fidei, sobre a fé, onde se lê: «A fé não é luz que dissipa todas as nossas trevas, mas lâmpada que guia os nossos passos na noite, e isto basta para o caminho».

Como atitude ligada intimamente ao novo Papa e que serviu esta fé pujante e humilde, foi a Jornada Mundial  no Brasil. Constituindo um «sinal dos tempos» para os jovens e todo o Mundo, este evento construiu uma Catedral a Céu aberto.

Por fim, não pode ficar de fora a Consagração do Mundo ao Coração Imaculado da Virgem Maria, perante a Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima, em Portugal, para o Coração da Igreja, no Vaticano. Este «sinal dos tempos» ajuda-nos a crermos ainda mais que  não estamos no final dos tempos por mais que as trevas existam, mas estamos em tempos de esperança.

A Mãe da nossa Esperança nos auxiliará, como pediu o Papa Francisco, no dia 13 de Outubro, neste Ano da Fé: «Proteja a nossa vida nos teus braços, abençoe e reforça todo o desejo de bem, reaviva e alimenta a fé, ampara e ilumina a esperança, suscita e anima a caridade, guia todos nós no caminho da santidade, ensina-nos o teu mesmo amor de predileção pelos pequenos e pelos pobres, pelos excluídos e pelos sofredores, pelos pecadores e pelos dispersos de coração, reuni todos de tua proteção e entrega-os ao teu Filho Amado Senhor Nosso Jesus, amém!».

 * Pe. Fernando Santamaria Costa Mendes é missionário da comunidade Canção Nova