Na proximidade do encerramento do Ano da fé, convêm recorrermos aos «sinais dos tempos» para assinalarmos alguns sinais de esperança. Mas como compreendermos os «sinais dos tempos» sem o confundirmos com a temática dos finais dos tempos, que é também pertinente, mas não o objetivo desta partilha e balanço?
Um dos «sinais dos tempos» que já entrou para a história foi a renúncia de Bento XVI, como fruto da docilidade ao Espírito Santo, humildade e discernimento profundo, além do desapego a um poder que sempre foi entendido e exercido como serviço. Serviço maior prestam os homens e mulheres de Deus quando não renunciam a própria consciência e tudo realizam para a glória de Deus, o amor à Igreja e o bem dos irmãos e irmãs.
Também a eleição do primeiro Papa Latino-americano, Papa Francisco! Só a escolha do nome Francisco já assinalou um forte sinal, e sabemos que não parou por aí. A fecundidade deste Papa simples, profundo, pobre, obediente e “ousadamente imprevisível”, sinaliza um novo tempo, as janelas do Vaticano e do Mundo se abrem para um novo sopro do Espírito Santo!
Não há «sinais dos tempos» sem a ação do Espírito Santo e a cooperação humana. Durante este Ano conhecemos pelas mãos de dois Papas: a Encíclica Lumem Fidei, sobre a fé, onde se lê: «A fé não é luz que dissipa todas as nossas trevas, mas lâmpada que guia os nossos passos na noite, e isto basta para o caminho».
Como atitude ligada intimamente ao novo Papa e que serviu esta fé pujante e humilde, foi a Jornada Mundial no Brasil. Constituindo um «sinal dos tempos» para os jovens e todo o Mundo, este evento construiu uma Catedral a Céu aberto.
Por fim, não pode ficar de fora a Consagração do Mundo ao Coração Imaculado da Virgem Maria, perante a Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima, em Portugal, para o Coração da Igreja, no Vaticano. Este «sinal dos tempos» ajuda-nos a crermos ainda mais que não estamos no final dos tempos por mais que as trevas existam, mas estamos em tempos de esperança.
A Mãe da nossa Esperança nos auxiliará, como pediu o Papa Francisco, no dia 13 de Outubro, neste Ano da Fé: «Proteja a nossa vida nos teus braços, abençoe e reforça todo o desejo de bem, reaviva e alimenta a fé, ampara e ilumina a esperança, suscita e anima a caridade, guia todos nós no caminho da santidade, ensina-nos o teu mesmo amor de predileção pelos pequenos e pelos pobres, pelos excluídos e pelos sofredores, pelos pecadores e pelos dispersos de coração, reuni todos de tua proteção e entrega-os ao teu Filho Amado Senhor Nosso Jesus, amém!».
* Pe. Fernando Santamaria Costa Mendes é missionário da comunidade Canção Nova