Ave, cheia de graça!

“O anjo entrou onde ela estava e disse: ‘Alegra-te, cheia de graça! O Senhor está contigo’. Ela perturbou-se com estas palavras e começou a pensar qual seria o significado da saudação” (Lc 1,28-29). Por que Maria ficou assim, pensando no que significaria semelhante saudação?

 

Para nós, que estamos acostumados a dizer “Ave Maria, cheia de graça”, o termo “graça” não tem tanto peso e passa despercebido. Mas para ela, israelita, que conhecia muito bem as Sagradas Escrituras, o termo “cheia de graça” tinha peso, por isso ela ficou espantada. Ninguém nunca havia sido saudado assim.

 

Mas o que isso queria dizer? Todo o Amor de Deus, toda a sua bondade e benevolência, toda graça, tudo foi canalizado para ela. Deus está lhe dando um nome. E esse nome fala daquilo que ela é: sua identidade. A ninguém as Escrituras chamam de “cheia de graça”, só a ela!

 

Foi Ele quem a escolheu: “Conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus. Ele será grande; será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai. Ele reinará para sempre sobre a descendência de Jacó, e o seu reino não terá fim” (Lc 1,31-33).

 

O Filho de Maria é o Salvador. Maria é a mãe do Salvador. É a mãe do Filho de Deus, do Messias esperado. Foi assim que Isabel a saudou: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!” (Lc 1,42). Foi em vista da vinda do Filho de Deus a este mundo que Nossa Senhora foi escolhida para ser Sua mãe. O Pai quis que Seu filho se fizesse homem e tivesse uma mãe biológica. Desde o início, ela foi escolhida em vista do filho. Sendo sua mãe, ela também se põe a Seu serviço.

 

Ela foi escolhida para ser a mãe do Filho de Deus e a mãe de todos nós. No alto da cruz, Jesus nos deu Maria como mãe. Lá Ele a proclamou e a entregou em definitivo como nossa Mãe, pelo preço do Seu sangue. Mas desde toda eternidade, desde quando o Pai concebeu Seu plano, Ele já trazia “no coração” que Maria seria a mãe do Seu Filho e mãe de todos nós.

 

Seu irmão,

Monsenhor Jonas Abib

Fundador da Comunidade Canção Nova, presidente da Fundação João Paulo II, mantenedora do Sistema Canção Nova de Comunicação, em Cachoeira Paulista (SP) e reitor do Santuário do Pai das Misericórdias. É um dos religiosos que mais se destacou utilizando os meios de comunicação na ação evangelizadora da Igreja Católica, na América Latina. Autor de 57 livros, CDs e DVDs, além de várias palestras em áudio e vídeo.