No tempo de Dom Bosco os jovens já não tinham serviço no campo, e iam para as cidades grandes. Turim era a maior cidade da região norte da Itália, por essa razão, uma multidão de jovens estavam lá, e pior não encontravam serviço, eles ficavam ao léu da sorte.
Naquele tempo não havia droga, mas bebida e, porque bebiam muito, brigavam, xingavam, era uma lástima o que acontecia com aqueles jovens. Como eles não tinham dinheiro, roubavam, e, muitas vezes, matavam para roubar.
Deus inspirou Dom Bosco a cuidar justamente desses jovens! Hoje nós vemos os colégios salesianos bem ordenados e pensamos que o trabalho de Dom Bosco foi assim. Não, o trabalho dele foi com jovens como os que hoje são da “cracolândia”. Dom Bosco acabou pegando por inspiração de Deus “o pior da sociedade”, que para ele eram os privilegiados, os escolhidos de Deus, as ovelhas que ele como pastor precisaria cuidar.
Dom Bosco esmerou-se no trabalho intenso com esses jovens. Ele fez o que chamou de oratório festivo, reunindo aqueles jovens em vários lugares, porque em cada lugar onde ele ia as pessoas reclamavam muito deles.
Dom Bosco estava com eles, e lhes dava oportunidades de brincar e se divertir, celebrava a missa para eles. Ele ultrapassou os tempos, celebrava a missa a céu aberto, e mais ainda, ficava num pequeno confessionário, confessando aqueles jovens por horas e horas.
Foi assim que Dom Bosco foi educando aqueles jovens. Mais tarde, num ato de heroísmo, ele conseguiu fazer um colégio grande onde aqueles jovens tinham aulas e depois o aprendizado de um ofício.
Foi um trabalho cristão maravilhoso, mas também um trabalho social incomparável. Seus colegas não entendiam o que Dom Bosco estava fazendo. Ele era “louco” por almas, e não deixou de ser o pastor que era necessário. E nós damos graças a Deus por aquilo que Dom Bosco fez e pela herança que ele nos deixou. A Canção Nova é uma das heranças do trabalho de Dom Bosco.
Seu irmão, Monsenhor Jonas Abib,
Fundador da Comunidade Canção Nova, presidente da Fundação João Paulo II, mantenedora do Sistema Canção Nova de Comunicação, em Cachoeira Paulista (SP) e reitor do Santuário do Pai das Misericórdias. É um dos religiosos que mais se destacou utilizando os meios de comunicação na ação evangelizadora da Igreja Católica, na América Latina. Autor de 57 livros, CDs e DVDs, além de várias palestras em áudio e vídeo.