Deus fez homem e mulher à Sua imagem e semelhança

Jesus não teve apenas discípulos, mas teve discípulas, e que não foram de segunda categoria. Eram tão fervorosas, verdadeiras, profundas, heróicas, como foram os discípulos de Jesus. E, em certos momentos, mais entregues e coerentes do que os próprios apóstolos de Jesus.

A primeira cura que é contada no Evangelho de São Marcos, o primeiro a ser escrito, é justamente de uma mulher idosa, certamente viúva, a sogra de Pedro. Carregava todas as rejeições próprias daquela época, daquela região. Por ser mulher, idosa, viúva, que eram deixadas de lado, consideradas as miseráveis do povo.

E foi justamente para esta mulher que Jesus fez sua primeira cura. Imagino Jesus chegando no leito daquela mulher ardendo em febre, daquela senhora idosa e tomando-a pela mão e a levantando. Ela sentiu imediatamente seu corpo esfriar, pois imediatamente a febre a deixou. Foi um milagre instantâneo. E o mais lindo: ela pô-se a servi-los.

As duas expressões “seguir” e “servir” na Bíblia são indicativas de discípulos, que seguia e servia ao mestre. Isto era da tradição e cultura dos judeus: o discípulo deixava a sua casa e trabalho, e punha-se a serviço do mestre. A primeira discípula de Jesus foi a sogra de Pedro a quem Ele curou.

Certamente ela tinha um grande desejo de ser uma seguidora. Mas não se achava capacitada por ser uma discípula, ninguém iria aceitá-la por ser uma mulher. E Jesus curou tudo isso e mostrou que o que vinha trazer era totalmente novo. Retomando a criação inicial de Deus, que fez homem e mulher, imagem e semelhança d’Ele; não apenas o homem, mas os dois.

Também uma mulher idosa, alquebrada, doente, podia ser tocada, curada, libertada e levantada por Jesus. E ela entendeu tudo isso: a partir daquele dia ela começou a segui-Lo. Nós, homens, precisamos de vocês, mulheres, lado a lado conosco, batalhando, nos animando, e nós vamos fazer muito mais por Jesus quando entendermos que discípulos de Jesus  são o masculino e o feminino, vivendo e trabalhando juntos.

Existe um novo para ser conquistado. Um novo sem malícia, maldade, com pureza; que é possível viver para mudar todas as coisas e devolver a Deus aquilo que Ele criou originalmente.

Seu irmão,

Monsenhor Jonas Abib

Fundador da Comunidade Canção Nova, presidente da Fundação João Paulo II, mantenedora do Sistema Canção Nova de Comunicação, em Cachoeira Paulista (SP) e reitor do Santuário do Pai das Misericórdias. É um dos religiosos que mais se destacou utilizando os meios de comunicação na ação evangelizadora da Igreja Católica, na América Latina. Autor de 57 livros, CDs e DVDs, além de várias palestras em áudio e vídeo.