Fim de ano com equilíbrio financeiro

*Bruno Cunha

 

Com as luzes do Natal, o Brasil entra no clima de fim de ano, um período marcado por festas, celebrações, viagens, férias e fortes emoções. Por isso, devemos ser racionais nas decisões financeiras, para evitarmos o  estresse.

Para economizar seu dinheiro, ou reequilibrar suas contas: faça um Planejamento Racional X Planejamento emocional, isto é, todo este pacote de emoções (presentes, família, confraternização na empresa) precisa vir junto com decisões racionais na área financeira. Antes de sair às compras, ou gastar o suado 13° salário, procure verificar se tem dívidas a pagar; algum saldo estourado no cartão de crédito, cheque especial, ou financiamento atrasado. Se sim, melhor planejar o fim de ano de forma mais modesta, e planejar a real situação de onde se quer chegar em 2018: com mais dívidas? Ou com menos contas a pagar? Essas respostas podem ajudar a resistir às inúmeras tentações de consumo que virão. Isso não significa que se deva abrir mão de tudo.

E o “sonho” do 13º salário? Demorou um ano para cair na sua conta, mas enfim, ele chegou! Para quem gasta o dinheiro que ainda nem chegou, recomendo: pare, pense e converse com a família, com o marido ou a esposa, com seu melhor amigo(a), sobre a prioridade para hoje. Qual a maior necessidade da família, dos filhos, da casa, do carro, ou da saúde? Se estiver tudo em dia, então não seria o caso de guardar parte desse dinheiro para uma reserva de emergência? Digo isso porque o prevenido não passa aperto!

“A prudência é a filha mais velha da sabedoria”, diria Victor Hugo. Procure não gastar tudo que ganha. Você já deve ter ouvido esta frase várias vezes. Mas a verdade é que, por detrás está uma dura realidade: quando se gasta tudo que se ganha, se está muito próximo de contrair dívidas. Abismos financeiros não são anunciados, não existem placas sinalizadoras. Embora seja por necessidade, e sabe-se que muitos brasileiros vivem num tremendo aperto, a reserva para emergências precisa ser uma meta financeira a curto ou médio prazo. Muitos dos que hoje estão em dívidas não tinham guardado nada para os imprevistos da vida, o “inverno financeiro”. Por isso, guardar ainda que sejam R$ 30,00 por mês, ou 1% da renda, e comprar um título do tesouro direto, pode ser uma meta a ser alcançada. Não estamos falando de investir milhões, mas de apenas um pequeno passo que pode mudar seu futuro.

Existem hoje milhares de brasileiros que instalam aplicativos de celular para controlar as finanças pessoais. No final do ano, as contas costumam acumular, e temos que recorrer a ferramentas de auxílio, pois não é bom fazer as contas só de cabeça. Ao instalar um app de finanças, e são variadas as opções, você pode, desde já, lançar os gastos futuros que pretende ter no final do ano, bem como os grandes gastos de janeiro. As decisões financeiras racionais, com fundamentos, tendem a ser mais recompensadoras. As decisões puramente emocionais, tendem a trazer surpresas desagradáveis nas finanças.

Muitas vezes, o sentido do Natal está reduzido a uma forma de estímulo ao consumo. A verdade é que não há problema em dar e ganhar presentes. Mas, não se pode perder o verdadeiro sentido desta data, que é nascimento do Menino Deus em Belém. Nasceu pobre para enriquecer a humanidade. Que tal copiar o modelo e ajudar uma família carente? Doar uma cesta básica, roupas, ou fazer um outro gesto que enriquecerá sua alma? Celebre o Natal, curta o clima de festa de fim do ano! Com consciência, equilíbrio financeiro, amor ao próximo e fé.

* Bruno Cunha é economista, especialista em Finanças Pessoais e Educação Financeira, professor, diretor administrativo da Faculdade Canção Nova e missionário da Comunidade Canção Nova