Quem morreu espiritualmente não consegue ver os anjos ao seu redor. Contudo, eles não nos abandonam, nem mesmo quando nós os abandonamos.
Nós vivemos materialmente, como todos os outros seres vivos vivem na criação. Não vivemos em Deus, no eterno. O ser “quase divino” que somos por graça de Deus – ou seja, filhos de Deus e partícipes de sua vida, aliás, de sua natureza -, praticamente desapareceu: ficou apenas o ser material, semelhante ao animal, à planta, ao resto da matéria.
Um morto está cercado de pessoas queridas e não as vê. Apagou-se a luz de seus olhos, deixou de existir a vida que animava aquele pouco de matéria. Mortos espiritualmente, não vemos mais os anjos que nos rodeiam. A vida espiritual já não existe em nós.
Os anjos, puros espíritos que vivem perto de nós, e por nós que somos espíritos vivos na matéria, deixaram de ser vistos desde que renunciamos a viver como espíritos e preferimos satisfazer a carne, deixando de lado o conhecimento amoroso e fiel de Deus.
Mas, mesmo assim, eles não nos abandonaram. Quanto mais ofuscamos nossa visão, mais os anjos se encarregam de nos mostrar o caminho. Nós, que materialmente não passamos de folhas de árvores no outono, espiritualmente podemos trazer conosco a vida de Deus, e Ele está diante de nós, ao lado, em volta e acima, em todos os momentos, como um Pai.
Seu irmão, Monsenhor Jonas Abib,
Fundador da Comunidade Canção Nova, presidente da Fundação João Paulo II, mantenedora do Sistema Canção Nova de Comunicação, em Cachoeira Paulista (SP) e reitor do Santuário do Pai das Misericórdias. É um dos religiosos que mais se destacou utilizando os meios de comunicação na ação evangelizadora da Igreja Católica, na América Latina. Autor de 57 livros, CDs e DVDs, além de várias palestras em áudio e vídeo.