Venda direta é alternativa em tempos de restrições financeiras e instabilidade econômica

* Bruno Cunha

Certa vez disse o pai da Administração moderna, Peter Drucker: “Se você quer algo novo, você precisa parar de fazer algo velho.” Tal afirmação tem se mostrado real para milhares de vendedores e vendedoras que trabalham com o mercado de vendas diretas. Anualmente este setor cresce a taxas acima da média em relação a outros, e tem se mostrado uma oportunidade para as pessoas que desejam mudar de carreira, ou complementar sua renda.

Segundo dados de uma pesquisa da Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas (ABEVD), 60% das pessoas associadas ao setor trabalham exclusivamente com este segmento, de forma especial, entre jovens de 18 a 29 anos. Contudo, outras faixas etárias optaram por trabalhar com esse tipo de atividade como uma renda extra.

A venda direta tem se mostrado uma alternativa viável e acessível em tempos de restrições financeiras e instabilidade econômica, especialmente por não precisar de grandes investimentos iniciais. Quanto ao setor específico ou produto ofertado, cada vez mais surgem novas oportunidades, desde utensílios domésticos a equipamentos de informática e produtos religiosos.

O “Porta a Porta” é um exemplo desse modelo. O canal de vendas do Departamento de Audiovisuais Canção Nova, formado por pessoas que voluntariamente se cadastram, distribui, mensalmente, mais de 120 mil produtos de evangelização (livros, vestuários, acessórios, entre outros). Há 20 anos, 350 “Evangelizadores Porta a Porta” iniciavam esse trabalho em São José dos Campos (SP). Atualmente, a cada bimestre, cerca de 22 mil evangelizadores, em diversas regiões do Brasil, recebem o catálogo, também disponível na versão digital https://catalogoportaaporta.cancaonova.com/gv-editora/cancao-nova/catalogo/.

A palavra chave desse modelo de Venda Direta é começar a fazer, sabendo onde se quer chegar, sem pressa de alcançar grandes metas nos primeiros meses e, sobretudo, acreditando na responsabilidade da empresa e no produto com o qual trabalha. Pesquisas apontam que vendedores que conhecem e até usam os produtos ofertados, são defensores da marca e conseguem atingir melhores patamares de resultados.

Uma das formas estratégicas de trabalhar com venda direta passa também pelo uso intensivo da internet, das redes sociais. Sem perder o conceito de relacionamento pessoal (revendedor e consumidor), é necessário, cada vez mais, sair do esquema engessado de oferecer apenas às pessoas próximas e ampliar os horizontes, as conexões, para alcançar potenciais clientes.

Outro aspecto que não pode ser esquecido é o desenvolvimento pessoal, isto é, buscar capacitação, cursos, formação, para se diferenciar e crescer no mercado. Afinal, mais que um desafio, trabalhar com vendas é um grande aprendizado, e tem sido uma excelente alternativa para milhares de brasileiros que “arregaçam as mangas” todos os dias.

* Prof. Ms. Bruno Cunha, missionário da Comunidade Canção Nova, é economista, com 20 anos de experiência em Finanças, Macroeconomia, Mercado Financeiro, Educação Financeira, Finanças pessoais e Administração Financeira e Orçamentária. Mestre em Desenvolvimento Regional pela UNITAU; MBA pela FGV e graduação em Ciências Econômicas pela UFPE. Atualmente, professor e assistente de coordenação do curso de Administração na FCN.