Vocação sacerdotal: fidelidade e serviço

*Por Edison Oliveira

Recordo-me com alegria dos meus primeiros passos dados em resposta à vocação. Foi em 2001, quando enviei a primeira carta para a Canção Nova, expressando meu anseio em responder ao chamado de Deus.

 

Era movido pela Palavra que dizia: “a escolha de Deus não depende da vontade ou dos esforços do ser humano, mas somente de Deus que usa de misericórdia” (Rm 9, 16). Na verdade, meu esforço humano era para responder ao chamado que Deus fazia a mim, à minha vocação.

 

Naquele momento, tinha consciência de minha limitação em responder a tão grande dom. Mas fui movido a dar passos na certeza de que a minha resposta tinha em vista, antes de tudo, o amor de Deus por mim: “amamos porque Ele nos amou primeiro” (1Jo 4,19). Na verdade era um lançar-se em confiança na misericórdia d’Ele sobre minha vida.

 

Daquele primeiro momento até hoje, muitas coisas aconteceram. O caminho de discernimento de pertença à Canção Nova só foi iniciado em 2005. Ingressei na Comunidade em 2007 e, posteriormente, iniciei os estudos específicos para a vocação sacerdotal.

 

Minha ordenação diaconal está próxima e, posteriormente, chegará o dia da ordenação sacerdotal. Começo a pensar no diferencial que deve mover o diácono e o padre dos dias de hoje. Ser sacerdote nunca foi tarefa fácil e, nos tempos atuais, não parece ser diferente.

 

O desafio nos tempos atuais é o mesmo de sempre, a busca da fidelidade a Deus a cada dia e o empenho no serviço eclesial. Estas são as características que moveram os discípulos de Cristo a cada vez se empenharem mais no amor a Ele; é o que moveu muitos mártires, santos e pessoas simples, que com seu anonimato serviram a Deus com amor. É o amor manifestado na fidelidade e no serviço.

 

O exercício da misericórdia comigo mesmo e com os que me forem confiados passa por esses dois elementos essenciais: a fidelidade e o serviço. Entendo a minha experiência de vida nas palavras do Papa Francisco na Misericordiae Vultus: “Misericórdia: é o caminho que une Deus e o homem, porque nos abre o coração à esperança de sermos amados para sempre, apesar da limitação do nosso pecado” (n. 2).

 

Providencialmente, minha ordenação diaconal e de mais sete seminaristas se dará no dia 20 de dezembro de 2015, quando acontecerá a abertura da Porta Santa no Santuário do Pai das Misericórdias, por ocasião do Ano Santo da Misericórdia. Como não perceber a Providência de Deus regendo todas as coisas?

*Edison Oliveira é membro da Comunidade Canção Nova e seminarista.